Cerca de 30 milhões de pessoas que vivem nas grandes cidades brasileiras ainda não têm acesso à coleta de esgoto, segundo mapa do saneamento básico feito pelo Instituto Trata Brasil e a GO Associados nos 100 municípios mais populosos do país. O estudo utilizou números do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS), publicado pelo Ministério das Cidades. A pesquisa analisou a coleta de esgoto e tratamento de efluentes, o nível de cobertura dos serviços, incluindo a eficiência e perdas na distribuição de água e os investimentos e melhorias feitas na rede de água e esgoto.
Santos foi a cidade que teve a melhor avaliação do estudo, já que todas as residências são atendidas pelas redes de água e esgoto e somente 13% da água distribuída é perdida, Jundiaí (SP) está entre as demais cidades que tiveram boa avaliação, já que todo o esgoto que é coletado no município passa por tratamento. Outras cidades bem avaliadas são Maringá (PR), Franca (SP) e Uberlândia (MG).
Por outro lado, em Macapá, capital do Amapá, apenas 42% das residências têm acesso à água, 5% têm coleta de esgoto e 75% da água distribuída é perdida. Outras cidades do Norte e Nordeste ainda aparecem entre as piores cidades com redes de água e esgoto: Porto Velho (RO), Jaboatão dos Guararapes (PE), Ananindeua (PA) e Santarém (PA).
Esses resultados apontam a falta de investimento em saneamento básico. Segundo o presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, o sistema de saneamento do Brasil tem pelo menos três décadas e mais da metade das casas brasileiras não têm acesso a rede de esgoto, o que representa cerca de 100 milhões de pessoas.
Apesar dos dados serem ruins, a situação tende a melhorar. Isso porque o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) liberou recursos para investimento em redes de água e esgoto nas grandes cidades brasileiras. A construção e ampliação das redes de água e esgoto é responsabilidade dos governos municipais, que podem contar com verbas federais se não tiverem recursos próprios.
O investimento em saneamento básico deveria ser prioridade nestas cidades, pois segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada R$ 1,00 investido em saneamento, outros R$ 4,00 são economizados na Saúde. Essa relação também é mostrada na pesquisa do Instituto Trata Brasil. As dez cidades brasileiras com piores resultados em saneamento básico registraram 546% mais casos de internações por diarreia do que as 20 melhores colocadas.
Imagem: www.metodista.br