Já pensou em usar resíduos industriais para produzir alimentos? É o que propõe um projeto no qual a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). A parceria visa encontrar uma forma de aproveitar resíduos industriais na produção de alimentos de qualidade e com menor custo.
Na pesquisa são aproveitados os resíduos de cana de açúcar, cevada e maracujá, respectivamente usados na produção de açúcar/álcool, cerveja e suco de maracujá, através de uma tecnologia conhecida como extrusão termoplástica, que usa uma máquina de tratamento térmico que altera as matérias-primas ao combinar calor, umidade e processo mecânico, que dão formas, estruturas e características nutricionais ao produto.
Dentro da máquina vai farinha de arroz, preparada separadamente, junto com os resíduos industriais. Como são submetidos a altas temperaturas durante o cozimento, o material é higienizado e moldado em forma de salgadinho, tendo teor de fibra mais alto que os tradicionais salgadinhos e cereais matinais vendidos no supermercado.
"Está havendo maior distribuição desses alimentos por um custo menor. Estamos com a intenção de aumentar o valor agregado para quem vende os produtos e dar uma alternativa de uso desse coproduto. É preciso investir cada vez mais em pesquisa para poder viabilizar esses estudos", disse em entrevista o coordenador da pesquisa, o engenheiro agrônomo Carlos Wanderlei Piler de Carvalho.
A Embrapa está construindo um laboratório em Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro, para reunir pesquisadores e técnicos que queiram trabalhar com coprodutos do setor agrícola e com produção na agroindústria. O projeto já envolve parcerias com alunos de doutorado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF).
É interessante pensar que o bagaço de cana e outros restos de alimentos podem ser reaproveitados para gerar novos alimentos, mais saudáveis que os industrializados. A reciclagem, aos poucos, toma frente em todas as áreas, inclusive no segmento alimentício.
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Com informações da Agência Brasil
Imagem: myhabitat.me
