Já está mais do que na hora de repensarmos a maneira como vivemos. A última gota d’água foi a constatação do relatório produzido no Reino Unido “Global Food: waste not, want not” (você pode lê-lo na íntegra em inglês) de que entre 30% e 50% dos alimentos produzidos em todo o mundo nunca são ingeridos e vão parar no lixo, todos os anos. Essa porcentagem representa de 1,2 a 2 bilhões de toneladas de comidas.
Enquanto muitos alimentos são desperdiçados, cerca de três bilhões de pessoas, quase metade da população mundial, passam fome, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Mas como tamanho disparate pode ocorrer? O relatório aponta uma série de problemas:
- Técnicas insatisfatórias de engenharia e agricultura;
- Infraestrutura inadequada de transporte e armazenamento;
- Supermercados exigem que os produtos sejam visualmente perfeitos nas prateleiras;
- Pessoas levam para casa mais do que consomem por causa de promoções “compre um leve dois”;
- Falta de consciência dos consumidores.
Pior que o desperdício de comida ainda reflete no uso exagerado de outros recursos já escassos, como a água e a energia. Segundo o relatório britânico, cerca de 550 bilhões de m³ de água são desperdiçados todos os anos na produção da comida que vai parar no lixo. E se essa situação não for repensada, o estudo garante que até 2050 o uso de água no mundo chegará a 13 trilhões m³/ano, principalmente por causa da demanda alimentícia. E você acha que o problema não atinge a nós, brasileiros? Pois saiba que em 2009 o Instituto Akatu já havia lançado uma campanha para alertar a população que um terço dos alimentos comprados vai parar no lixo. Isso porque 14 milhões de brasileiros convivem com a fome, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A Tera Ambiental acredita que uma forma de amenizar o problema seria através da destinação de resíduos orgânicos gerados em restaurantes para compostagem. Na planta de compostagem, esses resíduos são misturados aos demais e transformados em fertilizante orgânico composto. Dessa forma, promove-se a reciclagem de nutrientes dos alimentos e utiliza-se uma alternativa ambientalmente correta, segura e definitiva, que contribui diretamente para a redução dos passivos ambientais e atende à PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Você já parou para pensar a respeito? Quais outras soluções podem ser criadas para mudar esse cenário?