O tema não é recente, mas a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) reforça o desafio da logística reversa para as empresas. O termo significa a volta do produto do cliente para o fabricante, para o reaproveitamento dos materiais na fabricação de novos produtos e a destinação correta dos rejeitos. Agrotóxicos, pilhas, baterias, pneus, lâmpadas, embalagens de todos os tipos, geladeiras, televisões, computadores e outros eletroeletrônicos devem ter seus próprios processos de logística reversa, mas qual é a forma adequada?
Não há um plano claro e cada indústria terá de desenvolver a melhor forma de conseguir isso, mas já existem bons exemplos no mercado. Um deles é na indústria do vidro. A Massfix, empresa apresentada "Empresa lucra com logística reversa para o setor de vidros", por exemplo, reduziu os custos da produção em torno de 20% depois que passou a usar cacos de vidro reciclados. Além de atender uma necessidade da indústria, a empresa de Guarulhos (SP) auxilia na destinação correta do material, fazendo a coleta em 10 estados, entre eles Paraná, São Paulo e Bahia. Por mês, a empresa recolhe 12 mil toneladas de cacos de vidro, que vão desde o residencial até os do setor automotivo. Desse total, cerca de 10 mil toneladas são vendidas para a indústria de vidro. O faturamento bruto mensal do negócio é de R$ 1,5 milhão e as empresas que contribuem com o vidro também recebem pelo material retirado, ou seja, todo mundo sai ganhando.
A logística reversa está abrindo espaço para as pequenas e médias empresas (PMEs), que enxergam novas oportunidades de negócios na reciclagem. Há diversas empresas de coleta de resíduos que fazem a separação, tratamento, e destinação adequada de móveis, eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos, entulho e restos de obras e outros resíduos sólidos, basta conhecer seu processo, certificar-se da idoneidade da empresa e escolher a melhor opção para iniciar o descarte.
Confira abaixo uma representação ilustrativa do processo logístico direto e reverso:
Tudo isso mostra que a logística reversa e a PNRS trazem vantagem competitiva e lucro para o empresário que tem visão de negócio. Uma pesquisa global feita pela MIT Sloan Management Review e o The Boston Consulting Group comprova que a sustentabilidade já faz parte da agenda das companhias, sendo opção de lucro para muitas delas. Divulgada neste ano, a pesquisa mostra que em 2012, 37% das empresas relataram lucro associado à sustentabilidade (eram 23% em 2011). Outro dado relevante: 48% das empresas modificaram seus modelos de negócio graças as oportunidades geradas pelas ações de sustentabilidade, 20% a mais que no ano anterior. Outra revelação da pesquisa foi que 52% das companhias consultadas atribuíram sua reformulação no modelo de negócio à preferência do consumidor por produtos e serviços sustentáveis. Participaram da pesquisa 2.631 executivos, gerentes e formadores de opinião de todo o mundo e de diversas indústrias.
Empresas que pensam como a citada no nosso artigo Efluentes e resíduos não são problemas, mas parte de um processo não encontrarão mais espaço em um futuro próximo. O mundo está mudando e quem não acompanhar perderá a preferência do consumidor e espaço no mercado.
Caso queira iniciar uma mudança em prol da sustentabilidade e do seu próprio negócio, reveja toda sua cadeia de produção e implante uma gestão adequada de seus resíduos.
Estamos à disposição para auxiliá-lo caso necessite de uma destinação adequada de seus efluentes industriais e domésticos ou resíduos orgânicos.