O jornalista Bruno Calixto publicou no “Blog do Planeta” da revista Época, a reportagem “Brasil tem um ano para fechar lixões a céu aberto. Dará tempo?” com informações sobre a situação da preparação dos municípios quanto a extinção dos lixões no Brasil. Esse e outros temas relacionados a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) tem sido recorrentes em nosso blog e o conteúdo faz uma síntese do que já abordamos, como no artigo A Política Nacional de Resíduos Sólidos e sua influência e Aterro sanitário ou compostagem: qual é a sua opção?
Agosto de 2014 é o prazo estipulado pela PNRS para que todos os lixões a céu aberto sejam desativados, a coleta seletiva seja implantada em todo o país e que apenas os rejeitos sejam encaminhados aos aterros sanitários. Lembrando que rejeitos são definidos como os resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada. A legislação aprovada em 2010, ainda prevê que os aterros tratem o chorume e transformem metano em energia. Já falamos a respeito no artigo Tratamento de chorume será essencial com PNRS.
Mas quem acompanha a realidade sabe que ainda estamos bem longe de alcançar tudo isso. Segundo a reportagem, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), estima que 1.700 cidades sequer concluíram seus planos de resíduos sólidos, etapa necessária para que as prefeituras consigam captar recursos para o tratamento de lixo. Para fechar os lixões, são necessários cerca de R$ 70 bilhões.
A matéria também cita que organizações criticam a falta da participação ativa do setor privado na realização da logística reversa, principalmente quando se trata na destinação correta de embalagens. Outro dado importante apresentado é que apenas 10% de todo o lixo é rejeito e que deverá ser encaminhado aos aterros sanitários a partir de agosto de 2014. Os outros 90% considerados resíduos, deverão ser reciclados e tratados de forma adequada com o objetivo de reaproveitá-los. Cerca de 30% é lixo seco, como papel e plástico, e 60% é formado por resíduos úmidos, como sobras de comida. Segundo a especialista do Instituto Polis, a maneira mais fácil de lidar com o lixo orgânico é pela compostagem, principalmente para cidades com menos de 20 mil habitantes. Já existem exemplos de empresas preocupadas com o tema e que destinam seus resíduos orgânicos para a compostagem, como mostramos em Empresas estão mais preocupadas com descarte correto de resíduos sólidos.
Para finalizar, publicamos um artigo muito interessante, que reflete nossa postura e crença, pois mesmo não atendendo o prazo de agosto de 2014, acreditamos que a PNRS é o caminho da sustentabilidade. Confira: Desenvolvimento Sustentável e Gestão de Resíduos das Cidades.