Já falamos em alguns artigos como Empresas trabalham com metas de reciclagem e Empresas estão mais preocupadas com descarte correto de resíduos sólidos sobre a preocupação que as empresas começam a ter com a sustentabilidade ambiental. Isso já é realidade em gigantes como Coca-Cola, Nestlé, Procter&Gamble, Unilever, Walmart, McDonald's, Nike, IBM, Google, Siemens ou General Electric, mas pequenas e médias empresas podem se beneficiar também. Basta se inspirar nesses modelos.
Cada uma dessas empresas lançou, nos últimos cinco ou dez anos, programas que visam a sustentabilidade ambiental, para reduzir o consumo de energia, as emissões de gases de efeito estufa e o consumo de água. Isso mostra que mais do que o discurso pregado pelo marketing verde, as gigantes estão preocupadas com o meio ambiente.
Talvez um dos motivos seja a percepção de que os clientes estão mais conscientes e exigindo produtos com ciclo de produção sustentável, como mostramos no artigo Consumidor valoriza empresa sustentável. Mas segundo especialistas Peter Dauvergne e Jane Lister, autores do livro Eco-Business: A Big-Brand Takeover of Sustainability, o motivo é que, no mundo atual, as indústrias não são as fabricantes de todos os itens necessários para a produção de seus produtos. A Coca-Cola, por exemplo, é a maior compradora mundial de alumínio e açúcar, a segunda maior de vidro, a terceira de produtos cítricos e a quinta de café. Ou seja, é de seu interesse organizar o fornecimento desses produtos e estimular a sua reciclagem.
É indispensável que haja melhor uso da água, da energia, a redução do lixo e de emissões de poluentes dos milhares de fornecedores da indústria. Veja o caso da Walmart que tem mais de 100 mil fornecedores, dos quais 20 mil estão só na China. É por isso que os impactos das decisões dessas grandes marcas refletem de maneira mais rápida nos fornecedores do que decisões governamentais.
Outra mudança positiva reflete-se na adesão à logística reversa, estipulada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A lei não determina claramente qual a responsabilidade de produtores, importadores, distribuidores e comerciantes sobre o destino das embalagens dos produtos consumidos, mas a Coca-Cola e a Nestlé Waters, por exemplo, aderiram ao princípio da responsabilidade ampliada do produtor, que na prática exige um sistema de coleta financiado por fabricantes e importadores, pois tem como princípio que todos são responsáveis pelas embalagens.
Mas por que mesmo com tanto investimento em sustentabilidade a destruição ambiental continua? Segundo os autores, é porque as empresas continuam lançando cada vez mais produtos e estimulando o consumo, veja o mercado de automóveis: os carros são mais eficientes e consomem menos, mas as ruas nunca estiveram tão cheias.
De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial publicou, lançado pouco antes da Rio + 20, é urgente repensar o crescimento econômico e o consumo em geral. O documento sugere estimular o uso compartilhado dos bens e recuperar os espaços urbanos para a convivência social.
Quer aprofundar-se no assunto? Temos outros artigos que abordam a sustentabilidade no mundo corporativo: