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Copa do Saneamento Básico: Brasil eliminado na primeira fase

Atualizado em 22/12/2016

Copa do Saneamento Básico

Além de ser respaldado pela legislação brasileira, o acesso à água potável é um direito fundamental do homem assegurado pela Organização das Nações Unidas (ONU). É um fato reconhecido, ainda, que a existência de redes de esgoto adequadas e o tratamento desses rejeitos contribuem grandemente para a saúde e a qualidade de vida da população, assim como mitigam os efeitos da ação do homem sobre a natureza. Porém, a verdade é que estamos longe de atingir um “padrão FIFA” de qualidade neste quesito. Mesmo depois da vinda do maior evento esportivo mundial para terras brasileiras, a Copa do Mundo de futebol, os investimentos em saneamento básico continuam muito aquém do necessário.

Dificuldades dentro e fora de campo

Se dentro das quatro linhas a seleção brasileira sofreu um bombardeio da seleção alemã, perdendo nas semifinais por elásticos 7x1, em saneamento básico a derrota é bem maior. Na Copa do Mundo terminamos em 4º lugar, enquanto que no ranking mundial sobre o saneamento estamos em 112º. Se apenas Alemanha, Argentina e Holanda ficaram mais bem colocadas que o Brasil no mundial esportivo, no outro ranking, além desses três, países como Equador, Chile e representantes de regiões como Oriente Médio e Norte da África nos deixam para trás.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Trata Brasil no fórum “Água: Gestão Estratégica no Setor Empresarial” e é mensurado com base no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Bem precioso escasso

O atual cenário de escassez de chuvas no Brasil evidencia, pelo menos, mais dois aspectos graves: não estamos preparados para enfrentar momentos de crise e nosso consumo diário não está adequado às nossas reservas. Estima-se que, no Brasil, três em cada dez casas não possuem acesso a água potável.

Esse problema fica ainda mais grave entre as populações pobres. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012, 51,7% das famílias brasileiras com renda até meio salário mínimo por pessoa tinham acesso à água potável encanada.

Todos marcando gol contra

Em 2013, o Instituto Trata Brasil divulgou o “Ranking do Saneamento Básico” brasileiro que classificou as 100 maiores cidades do país de acordo com o avanço nessa área. De todas as 12 cidades que receberam os jogos da Copa, apenas Curitiba estava entre as 10 mais bem colocadas. Brasília estava em 15º, Belo Horizonte em 18º e São Paulo, a cidade que sediou a abertura dos jogos, era apenas a 23º melhor no acesso ao saneamento básico de qualidade.

A situação crítica é atestada por dados do próprio Governo Federal: um levantamento de 2012 revelou que somente 48,3% da população possui coleta de esgoto, e apenas 38,7% dos esgotos são tratados.

Campeão só em 2033?

Segundo informações do Governo brasileiro, o objetivo é que o acesso à água de qualidade e ao esgoto tratado seja universalizado até 2033. Tal universalização traria uma economia das despesas públicas que chegaria em torno de R$ 27,3 milhões ao ano. Em 2013, 2.135 vítimas de infecções gastrointestinais perderam a vida - número que poderia cair até 15,5% com o alcance das metas. Além disso, também seriam reduzidos os afastamentos do trabalho ou da escola em 23%, o que poderia implicar em economia de R$ 258 milhões por ano.

Por fim, o cenário se agrava com uma informação no mínimo não digna do país sede do maior evento esportivo do planeta em 2014: se os investimentos continuarem em uma marcha tão lenta, a estimativa é a universalização do acesso à água própria para consumo e ao saneamento básico só acontecerá em 2050.

Copa do mundo do Saneamento Básico

Se o critério da Copa do Mundo fosse as condições sanitárias, o Brasil estaria fora na fase de grupos. Esta é a constatação de um levantamento realizado pela ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, comparando as condições entre todos os países que participaram do mundial, apresentado na tabela da Copa abaixo:

 

copa-do-mundo-de-saneamento-basico

 

O estudo foi feito com base em dados do Programa de Monitoramento Conjunto para o abastecimento de água e saneamento - UNICEF e Organização Mundial da Saúde (OMS), dos Objetivos do Milênio e da Organização Mundial da Saúde.

Como você acha que o Brasil pode jogar para reverter esse placar? Deixe sua opinião nos comentários e continue acompanhando nosso blog!

 

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Tópicos: saneamento básico

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