Houve épocas em que a relação “produção versus tempo” era o atributo de destaque entre os concorrentes. Mas hoje, há a necessidade de humanização das marcas, dando uma maior importância à imagem, à relação com seus consumidores e claro, ao quanto os seus processos podem prejudicar o meio ambiente e, consequentemente, a população.
Uma pesquisa feita pela Opinion Box com mais de 2 mil pessoas mostrou que 37% dos entrevistados já deixaram de consumir produtos de companhias que não tenham ações de preservação ambiental. Outro levantamento feito com 75 mil consumidores pela KPMG, também aponta que 16% dos respondentes consideram relevante o aspecto de consciência social das marcas.
Todos esses números refletem que, mais do que nunca, uma organização que quer se manter competitiva no mercado precisa implementar os pilares da sustentabilidade no negócio.
Entendendo a diferença entre conceitos: o que é, de fato, a sustentabilidade?
Durante muito tempo se acreditou, erroneamente, que a sustentabilidade estaria unicamente relacionada ao meio ambiente. Seguindo esse princípio, as empresas começaram a fomentar projetos de preservação da flora e da fauna, de reflorestamento, de proteção a espécies ameaçadas de extinção, dentre outras ações pontuais que, por mais que sejam válidas, não representam, em si, o conceito mais amplo de desenvolvimento sustentável.
Portanto, vale lembrar que, a sustentabilidade consiste em ter uma visão complexa e sistêmica, que inclui preocupações com igualdade, justiça social e combate aos impactos ambientais.
No contexto empresarial, isso se dá através das boas práticas que uma companhia realiza tendo como base os valores éticos, o crescimento econômico, o desenvolvimento das populações locais e o respeito aos recursos naturais.
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Social, Econômico e Ambiental: conhecendo os três pilares da sustentabilidade
Para afirmar que uma organização trabalha com base no desenvolvimento sustentável, é preciso atuar de forma que os três pilares do conceito - Social, Econômico e Ambiental - coexistam e interajam entre si plenamente.
Entenda um pouco mais sobre cada um deles:
- Social
O primeiro pilar refere-se à preocupação com o capital humano e com a sociedade de uma maneira geral. Trata-se de de todas as pessoas que estão, direta ou indiretamente, relacionadas às atividades desenvolvidas por uma empresa. Isso inclui, além de seus funcionários, seu público-alvo, seus fornecedores, a comunidade ao seu entorno e a população como um todo.
Desenvolver ações socialmente sustentáveis vai muito além de, por exemplo, dar férias e benefícios aos funcionários. Deve-se proporcionar um ambiente que estimule a criação de relações de trabalho legítimas e saudáveis, além de favorecer o desenvolvimento pessoal e coletivo dos envolvidos.
- Econômico
O próximo fator a ser levado em conta é o econômico. Para que uma empresa seja economicamente sustentável, ela deve ser capaz de consumir, produzir, distribuir e oferecer seus produtos ou serviços de forma que estabeleça uma relação de competitividade justa com os demais concorrentes do mercado.
Além disso, seu desenvolvimento econômico não deve existir às custas de um desequilíbrio nos ecossistemas ao seu redor. Se uma empresa lucra explorando as más condições de trabalho dos funcionários ou a degradação do meio ambiente da área à sua volta, por exemplo, ela não está atendendo a esse pilar, e, consequentemente, não pode exerce a sustentabilidade em sua plenitude.
- Ambiental
Por fim, no terceiro pilar deve-se considerar a valorização aos recursos naturais. O desenvolvimento sustentável ambientalmente correto se refere a todas as condutas que possuam algum impacto - direto ou indireto - no meio ambiente, seja a curto, médio ou longo prazo.
Aqui busca-se, em primeiro lugar, minimizar ao máximo os danos ambientais que podem ser causados pela produção industrial, além de evitar os possíveis desperdícios no dia a dia de trabalho. Como práticas desse pilar, podemos citar a utilização de matérias primas renováveis, o reúso de água e até mesmo a reciclagem e reaproveitamento de resíduos.
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Os benefícios de ser uma empresa sustentável
Além de toda a preservação ambiental assegurada pela sustentabilidade, empresas que estão atentas aos seus impactos ainda podem ser beneficiadas em vários outros aspectos.
Através da promoção dos métodos ambientalmente amigáveis, uma companhia é colocada à frente da concorrência e atrai novos públicos que optam por consumir produtos sustentáveis.
Reduzindo os impactos ambientais e fazendo uma utilização consciente dos recursos naturais em relação aos concorrentes, também ganha-se na geração de valor para os produtos, na otimização do esforço produtivo pela redução do desperdício e na implementação de inovações nos processos gerenciais.
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A parte do todo: colocando os três pilares da sustentabilidade em ação
A sustentabilidade precisa de planejamento, acompanhamento e avaliação de resultados, pois seus três pilares devem estar alinhados com os objetivos da empresa, não podendo ser definidos com base em ações pontuais ou simplesmente compensatórias.
O desenvolvimento sustentável é um caminho trilhado diariamente, com respeito mútuo e consciência de que todas as empresas, comunidades, pessoas e demais seres estão integrados em um único ecossistema. Assim, para que haja equilíbrio, é necessário que cada parte leve em consideração o todo, entendendo que é só uma pequena gota neste universo infinitamente maior, mas que pode ser afetado por suas ações.