Já faz tempo que a humanidade está em dívida com o planeta, esse débito só aumenta a cada ano que se passa. Prova disso é a chegada mais que antecipada do Dia da Sobrecarga da Terra — ou Earth Overshoot Day — que significa que quaisquer recursos consumidos a partir de então, até o final do ano, não mais poderão ser repostos pela natureza, gerando impactos irreversíveis ao meio ambiente. Quer conhecer um pouco mais sobre esse índice e o que ele significa para todos nós? Então confira agora nosso post:
A progressão da dívida
Esse ano, o Dia da Sobrecarga chegou em 19 de agosto, ou seja, em apenas oito meses nós conseguimos esgotar todos os recursos naturais disponíveis para o ano todo! A conta é realizada há 14 anos pela organização internacional Rede Global de Pegada Ecológica — ou Global Footprint Network, GFN — que atua em parceria com a WWF.
Para fazer esse cálculo, a GFN leva em consideração a demanda de consumo de recursos naturais do mundo todo, o que envolve alimentos, matérias-primas e a absorção de gás carbônico, e a compara com a capacidade da natureza de gerar e repor esses recursos, incluindo o dióxido de carbono, além do poder de absorver resíduos.
A contabilização dos danos
Afinal de contas, o que acontece com o meio ambiente no meio desse déficit todo? As respostas a essa pergunta são muitas, todas igualmente preocupantes. A perda de biodiversidade e a redução das florestas já dão uma dica da gravidade do caso. Ainda há a escassez de alimentos e imprevisíveis mudanças climáticas, entre outros prejuízos igualmente irreversíveis.
Segundo a ONG, precisaríamos de um planeta Terra e meio para suprir nossa atual demanda e quitar o rombo ambiental desde a década de 1970. Algumas projeções mostram que, se o ritmo não diminuir, a humanidade precisará de dois planetas inteiros antes de 2050.
O Brasil no ranking
O mundo está, ecologicamente, dividido entre países credores e devedores. O Brasil é um dos países credores, ou seja, que oferecem ao planeta mais recursos do que consome, juntamente com a Austrália, o Canadá e a Suécia. No entanto, esse crédito vem diminuindo cada vez mais, especialmente por conta do desmatamento da Amazônia. Já do lado dos devedores, aqueles que tem os maiores saldos negativos são, respectivamente, o Japão, o Qatar, a Suíca, a Itália e o Reino Unido, segundo a GFN.
A responsabilidade
Esse cálculo, no entanto, envolve diversos fatores, não indicando, necessariamente, que a população de um país com maior dívida ecológica consuma mais. Para analisar melhor o comportamento das pessoas, é preciso observar a pegada ecológica do país. O brasileiro, apesar de viver em um país credor, mostra-se excessivamente consumista, pois sua pegada ecológica é de 2,9 hectares globais, acima da média mundial. E o que isso quer dizer? Que nosso consumo é 50% além da capacidade da Terra.
Pode-se dizer que o uso dos recursos naturais muito além da biocapacidade do planeta é um dos principais desafios do século, envolvendo questões não apenas ecológicas, mas também econômicas e sociais. Por isso, governos, empresas e sociedade não devem mais esperar mudanças drásticas para iniciar prática a favor da redução desses índices.
E então, já tinha a noção exata do rombo que temos causado aos recursos do planeta? Comente aqui e compartilhe conosco suas impressões! Participe!