O tratamento dos resíduos produzidos pela indústria cosmética se apresenta como um grande desafio para as empresas do setor. Definir a destinação correta e sustentável nem sempre é tarefa simples: requer estudo, capacitação e competência técnica.
Na ânsia por resolver a questão, muitos cometem erros que podem comprometer todo esforço por uma gestão responsável, que preze pelo desenvolvimento sustentável, e que garanta a boa reputação da empresa e de seus produtos. É preciso estar ciente de que o gerenciamento dos resíduos industriais obedece a normas legais. Há obrigação de obtenção de licenças, certificações e demais documentos específicos que devem estar sempre em dia para que a empresa não sofra penalidades jurídicas.
Além de obter as licenças, é necessário o cumprimento das leis em vigência, determinadas pelos órgãos ambientais, assim como das condicionantes listadas na licença de funcionamento, evitando assim as multas e advertências pela má gestão de resíduos. Cada Estado possui seu órgão ambiental, com as respectivas leis a serem seguidas.
No caso de São Paulo, a CETESB, seguindo a Lei 9477/96, pode exigir os seguintes documentos para obtenção de licenças: plano de desenvolvimento das atividades, plano de monitoramento das fontes e instalação e operação de equipamentos de medição para controle dos poluentes, além de amostragem e análises comprovadas.
Outro erro comum também cometido é o de não mensurar os aspectos operacionais para construir soluções. Todo efluente possui características químicas, físicas e biológicas próprias, que variam de acordo com as matérias-primas utilizadas, e esses parâmetros, incluindo o corpo d'água receptor, precisam ser considerados. Amostras dos resíduos líquidos, por exemplo, devem ser coletadas e enviadas para caracterização em laboratório credenciado.
Crime ambiental
Todo cuidado é pouco, uma vez que o descaso com o tratamento dos efluentes se traduz em crime ambiental. Resíduos líquidos são tóxicos e o descarte incorreto causa mudanças na composição do solo e da água, poluindo, muitas vezes de forma irreversível, o meio ambiente. A contaminação também afeta diretamente seres humanos e animais, causando doenças e até mesmo a morte.
Essa atitude irresponsável praticada por algumas empresas pode ser punida com autuações de órgãos como IBAMA, Polícia Ambiental e Ministério Público, além de cassação de certificações ambientais, como a ISO 14001. As penas variam desde multas até a paralisação temporária ou definitiva da empresa.
Também podem ser suspensas linhas de financiamentos públicos e privados, já que instituições financeiras exigem o licenciamento ambiental de projetos financiados, além de princípios de responsabilidade social e ambiental na execução das obras e uma série de certidões para liberar recursos.
A escolha do parceiro certo
Como se pode ver, o trabalho de tratamento e destinação dos resíduos industriais requer conhecimentos técnicos específicos e qualificação profissional. Não se pode improvisar ou delegar a equipes sem expertise. Isso seria mais do que um erro; poderia ser classificado como irresponsabilidade.
Nesse sentido, a escolha de um parceiro confiável e de competência comprovada no mercado é fundamental. A parceria sólida garante a normalidade e a qualidade da operação, evitando problemas e danos no processo. A contratação de especialistas tem a vantagem da certeza do destino legal e ambientalmente correto aos resíduos e no suporte técnico necessário, o que resulta certamente em um ótimo custo-benefício.
Imagem junto aos consumidores
Todo o esforço de consolidar uma imagem positiva junto aos consumidores, cada dia mais preocupados e conscientes sobre as questões de meio ambiente e sustentabilidade, pode ser destruído pelos erros e irresponsabilidades cometidos no tratamento dos resíduos.
Desta forma, as empresas da indústria cosmética devem considerar todas as consequências negativas que um tratamento ineficaz de resíduos pode causar e avaliar: vale a pena correr esse risco ou é melhor buscar a solução correta o mais rápido?